terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

'CADA VOLTA É UM RECOMEÇO...DE UMA PEÇA INACABADA...

Cada vez que você chega trás meu riso azul anil de volta
Cada vez que você vai leva um pedaço do meu coração
Cada vez que te escuto, sou canção
Cada vez que não te ouço, solidão
Cada gesto seu é um poema
Poema que eu não sei escrever
Seu silêncio é minha prece
Sua mão porto seguro
Por você faço loucura
Pra você sou só ternura
Com você mais que aventura
Sem você é noite escura
Cada volta sua é uma festa
Onde dançam corpo, alma e coração
Volte sempre
Surpreenda
Faça rir, faça chorar
Só importa está aqui
O momento em que ficar...

(Tereza Maria Caarneiro)

18/02/2014



MENINA
Alegre?
Levada?
Infantil?
Mimada?
A menina que canta
Que ainda sabe sonhar
Que ainda guarda o brinquedo mais belo
Que rabisca por não saber desenhar...
A menina que é egocentrica
Mas, sabe dividir gratidão
A menina que chora baixinho
Lava o rosto e volta pra vida!
Fala as vezes palavras perdidas
Ou silencia por um longo tempo...
Menina de cabelos cor da noite
De alma que adora as madrugadas
Menina de olhos de mel
Que reproduz no branco do papel
Sua doce aquarela encantada...

(Tereza Maria Caarneiro )

PÁGINA DE CYNTIA

Ela acordara com um sorriso nos olhos
Afinal era seu aniversário
Após sua oração de costume, veste um belo vestido azul, pega o carro e segue sem rumo...
Desliga o ar refrigerado, pois prefere a brisa da manhã batendo em seu rosto
Segue sem pressa, saindo por uma estrada fora da cidade, a música é sua única companhia
Ao chegar próximo a um lago, para o carro e caminha descalça...
Senta-se próximo e observa seu rosto refletido na água, algumas lágrima suaves se misturam na superfície do lago
A música que toca a faz parar e voltar-se a quatro anos atrás
Fecha os olhos e relembra cada instante daquela história, sorri como criança...
Pergunta-se:
-Será que hoje sonho menos?
Ela não precisa responder algo que é tão nítido em seu cotidiano
Cyntia demora-se naquele lugar suave, não sente vontade de retornar para a civilização, para o barulho da realidade
Ali, naquele manhã ela rever um filme do qual fora protagonista
As horas passam e precisa voltar pra cidade
Vai direto para o escritório e nem percebe que está subindo as escadas com as sandálias nas mãos
Após cumprimentar as pessoas que encontra no corredor, vai direto para sua sala e depara-se com uma caixa embrulhada em papel machê verde, envolvida com uma fita prateada...
Ela sorri, pois, não precisara abrir a caixa pra saber quem a enviou aquele presente
Cyntia, fecha os olhos e fica alguns segundos abraçada à caixa...
Vai desfazendo o laço devagar, sem pressa de ver o conteúdo da caixa
Ali está a prova de um sentimento que continua vivo... Com perfume de recomeço...

(Tereza Maria Caarneiro)

CONTRADIÇÕES


A infância
A lembrança
A distância
A inconstância...

Medo
Enredo
Segredo...

Nada
Sombra
A cor ou a ausência dela

Uma parte de mim quer deixar um eco no infinito
A outra apenas um silêncio orante
Uma grita
Outra emudece
Uma corre contra o vento e se joga no mar
A outra parte recolhe-se tentando proteger a si mesma
Esquecendo-se que proteger-se significa estagnar-se
E estagnar-se é:
Morrer por dentro...

A vida continua seu passeio
E da nossa janela podemos pular ou ficar admirando-a apenas

O medo briga com a audácia
A solidão com a dor
O coração com a razão
E eu...comigo!

(Tereza Maria Caarneiro)

domingo, 9 de fevereiro de 2014

NUDEZ
Despir-se é tirar as máscaras
Quebrar as algemas
Jogar fora a camisa de força
Nudez não é tirar a roupa, é desatar os nós
Retirar as amarras
Jogar fora os sapatos amarrotados que apertavam os pés
Despir-se é libertar a alma
Do medo
Da indiferença
Do preconceito
Desnudar-se é fazer-se livre de tudo o que aprisiona os sonhos
Os sorrisos fáceis
As palavras suaves
Os abraços demorados
Livre-se de tudo que te impede de crescer
De tudo o que te limita
De tudo que não te deixa SER de verdade!

(Tereza Maria Caarneiro)
08/02/2014

sábado, 8 de fevereiro de 2014


NÃO SOMOS DOIS...

Chegue mais perto
E me aconchegue nesse abraço
Onde meu corpo encontra a luz e a chama

Chegue devagarinho
Fale baixinho
Ou diga nada...

Basta o som da sua risada
O seu cheiro
O seu mormaço

E a alma voa
A pele aquece
A voz emudece

Você e eu não somos dois
Apenas um
E nada pra depois

(Tereza Maria Caarneiro)
08/02/2014