terça-feira, 17 de maio de 2016

UM DO OUTRO...


Amanhecer contigo
Ainda morna de sono, lhe sinto chegar
Com voz suave
Sorriso amável
Olhos de luar
As pontas de seus dedos me tocam como um pianista toca o piano
E a pele vibra a cada toque seu
Contornas meus lábios entre abertos
Retira com leveza os lençois
Não sei se o sol chegou lá fora
E você se demora aqui...
Meus cabelos desalinhados e meu olhar sonolento
Meu corpo semi nu se movimenta lento
Não sei do relógio
Nem do bom senso
Esqueço que o planeta é barulhento lá fora
Aqui só escuto seu respirar
E aos poucos vou me rendendo aos seus carinhos
Você não precisa pedir o que é seu...
Sinto seu cheiro e sua pele
Sua boca me cala antes do primeiro não
Nossos corpos se pedem e se perdem
Perdemos os limites
E nos damos um ao outro num sinfonia quase perfeita
Seus lábios sedosos estacionam na montanha dos meus seios
e explora cada poro que exala prazer
Misturamos corpos, meias palavras, bocas e gemidos
Seu colo é meu aconchego
Seus braços me protegem da realidade que espera do outro lado da porta...
E seus desejos me faz dissolver em ti
Menina, mulher, anjo, louca ou santa
Perdida e encontrada no céu da sua boca
Sem ar e sem nexo
Flutuando no seu sexo
"Á sombra de um vulcão"
Não sei se sou ternura
Não sei se sou paixão
Num mar de prazer
Eu sou de você
Você é de mim...
E o tempo se passa
Me ama, me abraça
E esquece do fim...
O fim do começo
E o nosso endereço
É só fantasia
Uma praia, uma cabana
Um homem e uma mulher
E nos damos conta que escrevemos um poema juntos
Sem rima, sem poesia
Porque hoje conseguimos ser maior que tudo
Nos pertencemos, emaranhados na mesma onda
E transformamos uma manhã comum , numa obra de arte...
Nossa, só nossa...
 
(Tereza Maria Caarneiro)