domingo, 7 de agosto de 2016

COTIDIANO
A vida segue
A onda passa
O tempo voa
A lágrima seca
A folha cai
A chuva chega
O sol se vai
A alma não sabe o que dizer
E quando a alma cala
O coração chega a doer
Sem promessa
Sem porquê
Só resta um pouco de sonhos
Que não podemos perder

(Tereza Maria Caarneiro)

sábado, 9 de julho de 2016

O RIO PRECISA DE TI...
Quando a correnteza for forte ou amena
Quando alguma pedra ameaçar cortar seus pés
Da margem esquerda até a direita do rio
Sempre existirá alguém precisando de ti...
Misture suas lágrimas com as águas
Na superfície brilhará seu rosto
Misturando _se ao sol
O rio segue sem pressa
Da nascente ao mar
O rio sempre segue
Segue...
Segue...
O rio canta
O rio chora
O rio silencia
Faz barulho...
O rio não para...
Muitas mãos estão estendidas
Muitos passos buscando saídas
Muitos barcos estão a remar
Outros já cansados de tanto nadar
Alguns simplesmente parados
Levados pela correnteza
Da incerteza
(...)
Navegantes de águas doces
Peles expostas ao sol
Ao vento
Ao frio
Ao relento
Eterno ou fugaz
Tanto faz ...
Indo ou voltando
Regressando
Retornando
Não sabemos ao certo, a porta
Seu abraço sempre conforta
Seu grito alerta
Seu silêncio desperta...
E é por essas e outras que ouso repetir...
Permaneça
Jamais esqueça
O RIO PRECISA DE TI...
(Tereza Maria Caarneiro )
07/07/2016

terça-feira, 17 de maio de 2016

UM DO OUTRO...


Amanhecer contigo
Ainda morna de sono, lhe sinto chegar
Com voz suave
Sorriso amável
Olhos de luar
As pontas de seus dedos me tocam como um pianista toca o piano
E a pele vibra a cada toque seu
Contornas meus lábios entre abertos
Retira com leveza os lençois
Não sei se o sol chegou lá fora
E você se demora aqui...
Meus cabelos desalinhados e meu olhar sonolento
Meu corpo semi nu se movimenta lento
Não sei do relógio
Nem do bom senso
Esqueço que o planeta é barulhento lá fora
Aqui só escuto seu respirar
E aos poucos vou me rendendo aos seus carinhos
Você não precisa pedir o que é seu...
Sinto seu cheiro e sua pele
Sua boca me cala antes do primeiro não
Nossos corpos se pedem e se perdem
Perdemos os limites
E nos damos um ao outro num sinfonia quase perfeita
Seus lábios sedosos estacionam na montanha dos meus seios
e explora cada poro que exala prazer
Misturamos corpos, meias palavras, bocas e gemidos
Seu colo é meu aconchego
Seus braços me protegem da realidade que espera do outro lado da porta...
E seus desejos me faz dissolver em ti
Menina, mulher, anjo, louca ou santa
Perdida e encontrada no céu da sua boca
Sem ar e sem nexo
Flutuando no seu sexo
"Á sombra de um vulcão"
Não sei se sou ternura
Não sei se sou paixão
Num mar de prazer
Eu sou de você
Você é de mim...
E o tempo se passa
Me ama, me abraça
E esquece do fim...
O fim do começo
E o nosso endereço
É só fantasia
Uma praia, uma cabana
Um homem e uma mulher
E nos damos conta que escrevemos um poema juntos
Sem rima, sem poesia
Porque hoje conseguimos ser maior que tudo
Nos pertencemos, emaranhados na mesma onda
E transformamos uma manhã comum , numa obra de arte...
Nossa, só nossa...
 
(Tereza Maria Caarneiro)

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Trago um sol na retina
Um mar no coração
Um sonho estampado no sorriso

Um silêncio em prece
E nas pétalas da minha poesia
Um canto chamado: Gratidão !
( Tereza Maria Caarneiro)
POESIA ALADA
Escrever um poema na superfície de um lago
Desenhar seu sorriso numa nuvem
Pintar no arco-íris uma aquarela
E na mais colorida passarela
Fazer passear seu sonho lindo

Dos seus lábios fazer uma canção
Do seu beijo o meu encantamento
Do eterno a magia do momento
Do silêncio a perfeita sinfonia
Do seu abraço a realidade
E do universo um hino
Que tem nome de felicidade!
(Tereza Maria Caarneiro)

domingo, 10 de abril de 2016

CHORE...
Pelos erros que cometeu
Pelas batalhas que não venceu
Pelos momentos que não viveu
Chore...
Pelas palavras que não falou
Pelos caminhos que não trilhou
Chore...
Quando a cortina fechar
Quando a luz apagar
Chore...
Mas, saia do palco com a mesma dignidade que entrou...
(Tereza Maria Caarneiro)
10/04/2016
COLETÂNEA 2

IDENTIDADE II
O poeta é o único ser capaz de juntar palavras e silencio numa sinfonia
Sonho e realidade
Sorriso e dor
Só o poeta consegue misturar o cinza e o vermelho e nem sabe qual cor isso vai dar
Só o poeta sabe transformar dor, desejo,medo e esperança em versos
Ver um par de olhos tristes misturados num sorriso e lembra um passado distante
Consegue encontrar numa rosa um pedaço de alguém
Numa estrela uma espera...
Só o poeta é louco o suficiente para viver o presente
Refletir gotas no arco-íris dos tempos da infância
E...apesar dos ruídos do mundo ainda sonhar de olhos abertos
O poeta tem poesia como identidade!
 
SE UM DIA VOCÊ VOLTAR...

Você sabe o caminho dos meus braços
o rumo do meu abraço
o endereço do meu coração

Você sabe dicernir
entre mentira e verdade
a sentir falta ou saudade

Você conhece o afeto e o apreço
você me ver pelo avesso
...............................
Serás bem vindo se voltar
para o aconchego da minha amizade
se a confiança e a liberdade
te mostrarem o caminho de volta
espontaneamente.

Estarei te esperando
de olhos cerrados
de braços abertos
coração alado
de mãos estendidas
pra segurar as suas
Mas venha inteiro
como te conheci
e como aprendi a te admirar.

Se um dia você voltar
terei um brilho esperando em meus olhos
e um sorriso estampado na boca

Se você não voltar
a vida vai seguir
não deixarei de viver
não deixarei de sorrir
............................................
NEM DEIXAREI DE GOSTAR DE VOCÊ
 
 
AUTORRETRATO (MOSAICO)
Eu sei sorrir
Eu sei chorar
Eu sei seguir
Eu sei voltar
Eu sei bater
Sei machucar

Eu sei ouvir
Sei escutar
Eu sei gritar ao vento

Eu sei de tudo
Eu sei de nada
Eu sou silêncio
Eu sou canção

Sou...
A onda que vem e vai
O vento que sopra
A chuva que cai
Sou garoa
Sou tempestade

Eu sou retalho
Sou verso
Sou o avesso
Sou atalho...

Eu...Sou...
A centelha de uma estrela
Uma gota de orvalho na madrugada
Eu sou solidão
Sou multidão
Sou uma das cores do arco-íris
Uma das notas musicais
Muito pouco...
Algo mais
(...)
 
 
 LÚCIDA INSANIDADE
Mistura de fantasia e realidade
Paradoxo
Dicotômico

Um sonho perdido na linha do horizonte
encontrado e reencontrado no azul esverdeado de céu e mar.

Uma frase inacabada de um poema
O treiler de um filme
ou o reflexo nebuloso de uma constelação

Um vento sutil acariciando o rosto
como se dissesse:
Ainda é possivel seguir
-me seque onde faço a curva
onde sou vendaval agarra-te a te mesmo
quando sou brisa leve me acolhe, me abraça
...e o vento segue seu caminho,mas me deixa
uma lição
uma verdade
lucidez, loucura
ternura, insanidade
talvez
Mas o vento não para de seguir seu rumo
 
 
O vento que sopra nas dunas
A onda que volta pro mar
Pegadas na areia
Perfume no ar
Timidamente um sol a brilhar

Silêncio se faz sinfonia
Mistura de céu e de mar...
Pressinto que o tempo "as vezes"
Parece parar

E os sonhos se perdem nos montes
Ou nos horizontes
Do azul cintilante
Amável, afável, febril
Das "TARDES DE ABRIL"

E o azul se mistura
Ao meu jeans desbotado
Prevendo o futuro
Revendo o passado
Suave, sereno, sutil
Do azul que invade
As "TARDES DE ABRIL".
 
(Tereza Maria Caarneiro)
 
 COLETÂ
NEA...

QUEM PERTENCE A QUEM?
A poesia ao poeta?
Ou o poeta à poesia?
Ambos se unificam
Na mesma cor
No mesmo perfume
Na mesma textura
Na mesma dor
No mesmo amor
Na mesma ternura
Poesia e poeta
Poeta e poesia
Somos um do outro
Unidos em cada verso...

(Tereza Maria Caarneiro)




MOMENTOS DE CYNTIA...
É fim de tarde...
E as cores do inverno começam cobrir o céu azul
Cyntia faz o percurso para casa, a rotina de sempre...
E a rotina é quase insuportável para poetas e sonhadores
Cyntia faz o retorno e sem pressa dirige vários quilômetros até o mar
O mar sempre a fascinou, desde os 10 anos, quando o viu pela primeira vez...
Ela tira as sandálias e caminha na areia deixando suas pegadas leves
Entra na água e a onda molha seu vestido
O vento vespertino lhe trás o cheiro do mar e das lembranças...
As cores do mar e do céu se misturam, os seus pensamentos também
O sonho e a realidade têm cores diversas
O passado, o presente e o futuro se confundem
Cyntia só tem o momento e o momento é de sorrisos e lágrimas
De sonhos e saudades
E ela não sabe quem fica, porquê alguém se foi ou se alguém um dia vai voltar...
Brinca com as ondas, apanha as conchas e seu olhar se perde na imensidão azulada, quase lilás...
E de repente ela está tão longe...
Retornar é preciso, já anoitece
Cyntia caminha alguns metros até o carro, joga as sandálias no banco de trás, bate a porta devagar e retorna, olhando a paisagem que vai se distanciando pelo retrovisor
No rádio do carro toca uma canção italiana,ela eleva o volume e canta junto, mesmo que seu italiano seja tão ruim...Sorri...
Avista a fachada de casa, está de volta; diminui ainda mais a velocidade
Escuta a voz de Beto e fica paralisada...
A música acabou...
Já é noite
Já é noite...

(Tereza Maria Caarneiro)
 
 
MOMENTOS DE CYNTIA...

Cyntia vai à janela e perde seu olhar na lua que prateia a retina de seus olhos...
Pensa
Sente
Sorri...
Tenta parar o tempo; impossível!
O tempo não para já diazia Cazuza
A vida sempre segue...
A noite segue
E o olhar de Cyntia quase toca a lua
É como se a alma voasse
E o coração alado baila no céu
Céu dos seus sonhos
Vestido de azul
Só o som do seu coração se faz ouvir
Cyntia pega papél e lápis...
E fica a pensar:
Se rabisca uma poesia
Ou um desenho à grafite...

(Tereza Maria Caarneiro)
 
 COMO SE FOSSE A PRIMEIRA VEZ

Abra outra vez seu coração
Basta uma flesta
para o amor entrar

Segura sa minhas mãos
nunca é tarde para recomeçar

Quebra as algemas que te prendem ao passado
desfaz os laços que te aprisionam ao medo
Para ser feliz é sempre cedo

Deixa-me te amar
como se fosse a primeira vez
Deixa-me ficar
por tempo indeterminado
Deixa-me te fazer
sentir-se intensamente amado.
(Tereza Maria)
 
 
CONTRADIÇÕES


A infância
A lembrança
A distância
A inconstância...

Medo
Enredo
Segredo...

Nada
Sombra
A cor ou a ausência dela

Uma parte de mim quer deixar um eco no infinito
A outra apenas um silêncio orante
Uma grita
Outra emudece
Uma corre contra o vento e se joga no mar
A outra parte recolhe-se tentando proteger a si mesma
Esquecendo-se que proteger-se significa estagnar-se
E estagnar-se é:
Morrer por dentro...

A vida continua seu passeio
E da nossa janela podemos pular ou ficar admirando-a apenas

O medo briga com a audácia
A solidão com a dor
O coração com a razão
E eu...comigo!
 
 
 

segunda-feira, 4 de abril de 2016

  SIMPLESMENTE
MAIS UMA POESIA...

Você, beleza dos meus sonhos
Inspiração dos versos que componho
Contradição das coisas que proponho
Você,meu verso inacabado
Minha razão e meu desejo
A busca insensata do meu beijo
Você que faz meu coração pulsante
Meu precioso diamante
Meu minuto,
Meu segundo,
Meu instante.
Você,meu crepúsculo
Minha aurora
Lábios que riem
Olhos que choram
Você que quero tocar
Que quero sentir
Que quero beijar

A respiração que eu preciso ouvir
O caminho incerto que eu quero seguir
A vontade louca que eu tenho de ti
A mágica ternura de te possuir
A história de amor que eu quero escrever
O grito de dor que eu não quero ter
O corpo gelado que eu quero aquecer
A pele que eu quero sentir o calor
A boca que eu quero sentir o sabor
Nada me pergunte
Nada sei dizer
Simplesmente digo:
Eu amo você.

(Tereza Maria Caarneiro)

domingo, 20 de março de 2016

NOSSOS OUTONOS...
As folhas caíram e foram levadas pelo vento...
E o vento sempre trouxe seu cheiro de volta pra mim...
Em cada estação fomos e voltamos , um para o outro
Até o dia em que o vento decidiu não retornar...
E nesse dia a lágrima substituiu a chuva
E o sol que entrava pela janela no início das manhã também não veio
As flores que enchiam os jardins de cores também silenciaram pétalas após pétalas
Não ficou nada, ou quase nada de nós
O que o outono não conseguiu levar foram as palavras que não dissemos
O desejo que calamos
E a coragem que omitimos...
Outros outonos virão
Talvez sem mim
Talvez sem ti...
Certamente sem nós
Mas em cada folha que o vento touxer
Será possível lembrar cada sonho que vivemos juntos ...

(Tereza Maria Caarneiro)
20/ 03/2016


sábado, 27 de fevereiro de 2016

O MAR E EU
Eu não me importo se você não se importa
Vejo a lua da janela
Fecho a porta
Eu escrevo um verso
Rabisco um desenho com giz
Leio um poema de Drummond
Eu não sigo uma linha reta
A vida é curvilinha
Não há esquinas
Eu fecho os olhos
E ainda sonho
Escuto uma onda que canta
Acariciando a areia
O mar não dorme
para não perder
O brilho das estrelas...
( Tereza Maria Caarneiro)

2013

domingo, 21 de fevereiro de 2016

MISTURA DE ESTAÇÕES...
Juntar a chuva fina de abril
E a tempestade varrendo as folhas de outono
As sombras das noites chuvosas de Londres
E o calor das tardes de do Saara
Misturar a inocência da infância
A inconsequência da adolescência
Os sonhos dourados da juventude
E as crises de identidade da idade adulta
A experiência de quem passou da conta dos 80 anos...
Como um jardim, reunir as matizes da primavera
O gelo e o fogo
E guardar tudo no silêncio orante de uma madrugada
Ouvir o canto das águas
O barulho dos trovões
A dança dos ventos
E as carícias da brisa...
Onde estão as minhas estações?
Onde estão as suas estações?
Onde paramos?
No outono de ipês desfolhados?
No inverno das montanhas?
No verão dos trópicos?
Onde deixamos um verso inacabado?
Um recorte de esperança?
Um rabisco feito a grafite?
Onde eternizamos nossos sorrisos?
Onde a lágrima caiu sem desbotar?
Onde meus pés caminharam descalços?
Onde minhas mãos esculpiram um castelo?
Em qual oceano dorme os contos de fadas?
Em qual estrela se escondeu o pote de outo?
Onde foram parar os porquês?
Nas estações estão as respostas
Mas, o que importa as respostas?
Nessa tela chamada vida
Pinte cada estação onde a alma pediu pra ficar
E volte...
Não no tempo!
Mas, refaça, construa ou reconstrua um caminho... um caminho que chegue a te mesmo(a)
Um caminho é feito de atitudes
E é possível "romancear a vida..."
(Tereza Maria Caarneiro)
18/ 02/ 2016

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

TODOS OS TONS...E MÁSCARAS...
As marcas do medo que a infância deixou...
O charme rude que a cidade grande não tirou...
Santo e profano
Para alguns sagrado
Para poucos, anônimo
Para menos ainda um ser em construção, como todos os outros...
Verso sem nexo
Mil palavras para montar um quebra cabeça
Mistura de sentimentos
Uma ideologia, uma lógica forte demais...
Não lhe é possível seguir todos os rumos
Só a arte o garante a liberdade...
Já cortou os punhos esmurrando a vidraça
Já deu gargalhadas do ridículo
Já se perdeu na estrada
Um dia vai perceber que o verdadeiro encontro só acontece na alma
A vida pode ser, verde...ou...ou acinzentada...
Alguns momentos são azuis e esses sim, chamamos de felicidade...
O espelho não vai refletir a essência
Os outros sempre o julgarão bem ou mal
A inveja ou a admiração (quase idolatria) não justificará nada, nem provará quem foi, é ou será...
O tempo não para...
E a curva da estrada pode levá-lo ao nada, ao céu ou a lugar nenhum...
Não saberá quem o espera do outro lado da cortina, quando o espetáculo terminar...Mas, tem nada mais que o agora para ser feliz!
( Tereza Maria Caarneiro )
06/12/2015