sábado, 27 de fevereiro de 2016

O MAR E EU
Eu não me importo se você não se importa
Vejo a lua da janela
Fecho a porta
Eu escrevo um verso
Rabisco um desenho com giz
Leio um poema de Drummond
Eu não sigo uma linha reta
A vida é curvilinha
Não há esquinas
Eu fecho os olhos
E ainda sonho
Escuto uma onda que canta
Acariciando a areia
O mar não dorme
para não perder
O brilho das estrelas...
( Tereza Maria Caarneiro)

2013

domingo, 21 de fevereiro de 2016

MISTURA DE ESTAÇÕES...
Juntar a chuva fina de abril
E a tempestade varrendo as folhas de outono
As sombras das noites chuvosas de Londres
E o calor das tardes de do Saara
Misturar a inocência da infância
A inconsequência da adolescência
Os sonhos dourados da juventude
E as crises de identidade da idade adulta
A experiência de quem passou da conta dos 80 anos...
Como um jardim, reunir as matizes da primavera
O gelo e o fogo
E guardar tudo no silêncio orante de uma madrugada
Ouvir o canto das águas
O barulho dos trovões
A dança dos ventos
E as carícias da brisa...
Onde estão as minhas estações?
Onde estão as suas estações?
Onde paramos?
No outono de ipês desfolhados?
No inverno das montanhas?
No verão dos trópicos?
Onde deixamos um verso inacabado?
Um recorte de esperança?
Um rabisco feito a grafite?
Onde eternizamos nossos sorrisos?
Onde a lágrima caiu sem desbotar?
Onde meus pés caminharam descalços?
Onde minhas mãos esculpiram um castelo?
Em qual oceano dorme os contos de fadas?
Em qual estrela se escondeu o pote de outo?
Onde foram parar os porquês?
Nas estações estão as respostas
Mas, o que importa as respostas?
Nessa tela chamada vida
Pinte cada estação onde a alma pediu pra ficar
E volte...
Não no tempo!
Mas, refaça, construa ou reconstrua um caminho... um caminho que chegue a te mesmo(a)
Um caminho é feito de atitudes
E é possível "romancear a vida..."
(Tereza Maria Caarneiro)
18/ 02/ 2016