domingo, 10 de abril de 2016

 COLETÂ
NEA...

QUEM PERTENCE A QUEM?
A poesia ao poeta?
Ou o poeta à poesia?
Ambos se unificam
Na mesma cor
No mesmo perfume
Na mesma textura
Na mesma dor
No mesmo amor
Na mesma ternura
Poesia e poeta
Poeta e poesia
Somos um do outro
Unidos em cada verso...

(Tereza Maria Caarneiro)




MOMENTOS DE CYNTIA...
É fim de tarde...
E as cores do inverno começam cobrir o céu azul
Cyntia faz o percurso para casa, a rotina de sempre...
E a rotina é quase insuportável para poetas e sonhadores
Cyntia faz o retorno e sem pressa dirige vários quilômetros até o mar
O mar sempre a fascinou, desde os 10 anos, quando o viu pela primeira vez...
Ela tira as sandálias e caminha na areia deixando suas pegadas leves
Entra na água e a onda molha seu vestido
O vento vespertino lhe trás o cheiro do mar e das lembranças...
As cores do mar e do céu se misturam, os seus pensamentos também
O sonho e a realidade têm cores diversas
O passado, o presente e o futuro se confundem
Cyntia só tem o momento e o momento é de sorrisos e lágrimas
De sonhos e saudades
E ela não sabe quem fica, porquê alguém se foi ou se alguém um dia vai voltar...
Brinca com as ondas, apanha as conchas e seu olhar se perde na imensidão azulada, quase lilás...
E de repente ela está tão longe...
Retornar é preciso, já anoitece
Cyntia caminha alguns metros até o carro, joga as sandálias no banco de trás, bate a porta devagar e retorna, olhando a paisagem que vai se distanciando pelo retrovisor
No rádio do carro toca uma canção italiana,ela eleva o volume e canta junto, mesmo que seu italiano seja tão ruim...Sorri...
Avista a fachada de casa, está de volta; diminui ainda mais a velocidade
Escuta a voz de Beto e fica paralisada...
A música acabou...
Já é noite
Já é noite...

(Tereza Maria Caarneiro)
 
 
MOMENTOS DE CYNTIA...

Cyntia vai à janela e perde seu olhar na lua que prateia a retina de seus olhos...
Pensa
Sente
Sorri...
Tenta parar o tempo; impossível!
O tempo não para já diazia Cazuza
A vida sempre segue...
A noite segue
E o olhar de Cyntia quase toca a lua
É como se a alma voasse
E o coração alado baila no céu
Céu dos seus sonhos
Vestido de azul
Só o som do seu coração se faz ouvir
Cyntia pega papél e lápis...
E fica a pensar:
Se rabisca uma poesia
Ou um desenho à grafite...

(Tereza Maria Caarneiro)
 
 COMO SE FOSSE A PRIMEIRA VEZ

Abra outra vez seu coração
Basta uma flesta
para o amor entrar

Segura sa minhas mãos
nunca é tarde para recomeçar

Quebra as algemas que te prendem ao passado
desfaz os laços que te aprisionam ao medo
Para ser feliz é sempre cedo

Deixa-me te amar
como se fosse a primeira vez
Deixa-me ficar
por tempo indeterminado
Deixa-me te fazer
sentir-se intensamente amado.
(Tereza Maria)
 
 
CONTRADIÇÕES


A infância
A lembrança
A distância
A inconstância...

Medo
Enredo
Segredo...

Nada
Sombra
A cor ou a ausência dela

Uma parte de mim quer deixar um eco no infinito
A outra apenas um silêncio orante
Uma grita
Outra emudece
Uma corre contra o vento e se joga no mar
A outra parte recolhe-se tentando proteger a si mesma
Esquecendo-se que proteger-se significa estagnar-se
E estagnar-se é:
Morrer por dentro...

A vida continua seu passeio
E da nossa janela podemos pular ou ficar admirando-a apenas

O medo briga com a audácia
A solidão com a dor
O coração com a razão
E eu...comigo!
 
 
 

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