domingo, 10 de abril de 2016

COLETÂNEA 2

IDENTIDADE II
O poeta é o único ser capaz de juntar palavras e silencio numa sinfonia
Sonho e realidade
Sorriso e dor
Só o poeta consegue misturar o cinza e o vermelho e nem sabe qual cor isso vai dar
Só o poeta sabe transformar dor, desejo,medo e esperança em versos
Ver um par de olhos tristes misturados num sorriso e lembra um passado distante
Consegue encontrar numa rosa um pedaço de alguém
Numa estrela uma espera...
Só o poeta é louco o suficiente para viver o presente
Refletir gotas no arco-íris dos tempos da infância
E...apesar dos ruídos do mundo ainda sonhar de olhos abertos
O poeta tem poesia como identidade!
 
SE UM DIA VOCÊ VOLTAR...

Você sabe o caminho dos meus braços
o rumo do meu abraço
o endereço do meu coração

Você sabe dicernir
entre mentira e verdade
a sentir falta ou saudade

Você conhece o afeto e o apreço
você me ver pelo avesso
...............................
Serás bem vindo se voltar
para o aconchego da minha amizade
se a confiança e a liberdade
te mostrarem o caminho de volta
espontaneamente.

Estarei te esperando
de olhos cerrados
de braços abertos
coração alado
de mãos estendidas
pra segurar as suas
Mas venha inteiro
como te conheci
e como aprendi a te admirar.

Se um dia você voltar
terei um brilho esperando em meus olhos
e um sorriso estampado na boca

Se você não voltar
a vida vai seguir
não deixarei de viver
não deixarei de sorrir
............................................
NEM DEIXAREI DE GOSTAR DE VOCÊ
 
 
AUTORRETRATO (MOSAICO)
Eu sei sorrir
Eu sei chorar
Eu sei seguir
Eu sei voltar
Eu sei bater
Sei machucar

Eu sei ouvir
Sei escutar
Eu sei gritar ao vento

Eu sei de tudo
Eu sei de nada
Eu sou silêncio
Eu sou canção

Sou...
A onda que vem e vai
O vento que sopra
A chuva que cai
Sou garoa
Sou tempestade

Eu sou retalho
Sou verso
Sou o avesso
Sou atalho...

Eu...Sou...
A centelha de uma estrela
Uma gota de orvalho na madrugada
Eu sou solidão
Sou multidão
Sou uma das cores do arco-íris
Uma das notas musicais
Muito pouco...
Algo mais
(...)
 
 
 LÚCIDA INSANIDADE
Mistura de fantasia e realidade
Paradoxo
Dicotômico

Um sonho perdido na linha do horizonte
encontrado e reencontrado no azul esverdeado de céu e mar.

Uma frase inacabada de um poema
O treiler de um filme
ou o reflexo nebuloso de uma constelação

Um vento sutil acariciando o rosto
como se dissesse:
Ainda é possivel seguir
-me seque onde faço a curva
onde sou vendaval agarra-te a te mesmo
quando sou brisa leve me acolhe, me abraça
...e o vento segue seu caminho,mas me deixa
uma lição
uma verdade
lucidez, loucura
ternura, insanidade
talvez
Mas o vento não para de seguir seu rumo
 
 
O vento que sopra nas dunas
A onda que volta pro mar
Pegadas na areia
Perfume no ar
Timidamente um sol a brilhar

Silêncio se faz sinfonia
Mistura de céu e de mar...
Pressinto que o tempo "as vezes"
Parece parar

E os sonhos se perdem nos montes
Ou nos horizontes
Do azul cintilante
Amável, afável, febril
Das "TARDES DE ABRIL"

E o azul se mistura
Ao meu jeans desbotado
Prevendo o futuro
Revendo o passado
Suave, sereno, sutil
Do azul que invade
As "TARDES DE ABRIL".
 
(Tereza Maria Caarneiro)
 

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